A dinâmica da água no solo e suas implicações na irrigação.

Antes de mais nada, saber como a água se movimenta no solo e como isso impacta na irrigação, ou seja, a água na planta – atmosfera é extremamente importante para nortear um manejo eficiente da água durante a irrigação na agricultura. 

A água está presente em 70% da superfície do nosso planeta, sendo que somente 2,5% desse volume é água doce, logo para onde essa água vai? Como funciona sua movimentação e disponibilidade?

Propriedades da água

A água é móvel no solo, ela entra pela superfície e percorre até os lençóis freáticos, além de realizar movimentos ascendentes. Durante esse processo as raízes podem absorber a água e assim ela pode transportar os nutrientes.

Então, uma série de fatores influencia a dinâmica da água no solo, dentre eles, as forças de adesão e coesão, que estão ligadas a polaridade da água com as suas pontes de hidrogênio, são algumas das principais.

Pelo fato de que a água tende a aderir-se às matérias sólidas e as outras moléculas de água, ela se movimenta em massa e consegue ser armazenada nos colóides do solo.

Movimentação da água no solo

A movimentação da água no solo ocorre pelos espaços entre os colóides, sendo que uma parte dessa água fica retida neles e a outra fica livre para se movimentar.

Esses espaços chamamos de poros. Sendo que os poros menores, ou microporos, são onde a água fica armazenada e os maiores são aqueles que facilitam a infiltração da água.

Além disso, o tipo de mineral, composição e compactação do solo impactam diretamente na quantidade de água retida, por esse motivo influenciam na quantidade de poros, no tamanho deles e na força de retenção de água no solo.

Exemplo de sistema de irrigação por aspersão.

O solo é como uma caixa d’água, ele tem uma quantidade de água máxima que consegue guardar e esta quantidade máxima é a Capacidade de Campo do solo.

Trata-se de um fator essencial para começar a calcular a lâmina da irrigação.

Em suma, é importante cuidar desse fator pois se a irrigação for feita em excesso como resultado o solo pode ficar sem oxigênio para as raízes e desperdiçar água.

Dessa forma, há possibilidade de esse excedente “lavar”, ou seja, indisponibilizar alguns nutrientes mais móveis do solo.

Como já falamos há um limite para o armazenamento de água no solo. Agora, é importante falarmos sobre como o solo perde água. 

Portanto, imagine um solo na capacidade de campo, ou seja, com o máximo de água disponível, totalmente descoberto.

A água desse solo começará a ser evaporada, ou  seja, realizará um movimento ascendente. Na presença de plantas, além da água evaporada, tem aquela consumida pelas plantas, que em algum momento também será perdida para atmosfera pelo processo de transpiração.

A Evapotranspiração nada mais é do que o somatório das perdas de água (evaporação + transpiração) do solo para a atmosfera.

Diversos são os métodos para se estimar a evapotranspiração. Atualmente o método padronizado pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura – FAO é o método de Penman-Monteith.

Para auxiliar o produtor no manejo da irrigação, disponibilizamos gratuitamente um sistema que faz o cálculo da evapotranspiração já ajustada para diversas culturas e fases. Acesse já.

Esse número é essencial para o cálculo de irrigação para cada cultura e suas fases. Para verificar a evapotranspiração, conte com nossa ferramenta grátis no Telegram e adeque sua irrigação para cada fase da sua cultura!

Se eu já sei como estimar a quantidade de água perdida pelo meu solo, como saber o momento certo de irrigar? Eu irei irrigar quando esgotar toda a água? Eu vou irrigar sempre que a umidade sair da Capacidade de Campo? 

É importante falar que quando o solo está na capacidade de campo, ela está prontamente disponível para as plantas.

Desse modo, conforme a umidade vai caindo também ficará cada vez mais difícil para as plantas extraírem água do solo.

Pensando assim, seria razoável supor que o ideal seria manter o solo sempre na capacidade de campo, porém, operacionalmente e economicamente isso não costuma ser viável.

Outro ponto importante, é que cada cultura consegue resistir de forma diferente a “falta” de água, suportando até determinado nível sem perder a produtividade. Esse ponto mínimo chama-se ponto crítico da cultura.

Logo, a evapotranspiração torna-se um parâmetro fundamental para o manejo de irrigação. Além disso, a partir dela quando sabemos o máximo de água que o solo pode perder, é possível decidir sobre qual o melhor momento para fazer a irrigação.

Melhorando o armazenamento de água no solo

Exemplo de planta sendo irrigada.


Existem algumas maneiras de economizar água e fazer uma irrigação mais efetiva para retenção de água, alguns exemplos são: utilizar coberturas vegetais para evitar o escorrimento superficial, realizar rotação de culturas, já que melhora a estrutura do solo e fazer a calibração dos pneus de tratores e implementos agrícolas para evitar a compactação.

Outro fator que afeta diretamente no consumo de água do solo é o espaçamento e controle de daninhas.

Portanto, desde que exista um espaçamento ideal há a proteção contra raios solares no solo já que as plantas irão cobrir com sua área foliar.

Isto também auxilia no controle contra daninhas, as quais são capazes de transpirar mais água que as plantas cultivadas, além disso elas criam uma competição por água e nutrientes.

Como irrigar melhor com iPonia

Você já sabe que o solo tem uma capacidade máxima de retenção de água. Por esse motivo, quando irrigamos mais do que o necessário, estamos desperdiçando água, além das implicações que isso tem pra cultura.

Logo, também já sabe que existe o momento certo de irrigar, pois se demorar demais a planta perde produtividade.

Logo, há maneiras de economizar água e aumentar a produção, para isso usamos tecnologia e conhecimento para o campo! Dividindo em setores, você personaliza a irrigação para cada tipo e idade de planta, evitando desperdícios e estresse hídrico.

Com nosso Controlador de Fertirrigação F16 você poderá ter sua irrigação automática, além de ser possível personalizar a irrigação para cada setor da melhor forma.

Também terá facilidade de fazer pausas durante uma chuva e programar a quantidade de água de acordo com os dados dos nossos sensores de temperatura, umidade do ar ou até mesmo da umidade do solo.

Para uma irrigação automática e mais precisa, temos nossa UmiCam que oferece dados climáticos e umidade do solo. O que te permite trabalhar sempre dentro da capacidade de campo e saber a hora e quantidade certa para irrigar!

Além de tudo isso, você ainda terá um registro de imagens da sua cultura ao longo de todo o ciclo. Não é fantástico?!

Referências:

Salassier Bernardo, Everardo Mantovani, Demetrius da Silva e Antônio Soares – Manual de Irrigação – 9ª Edição – UFV. 

Richard Allen, Luis Pereira, Dirk Raes e Martin Smith – Boletim 56.

Bernando Van Raij – Avaliação da Fertilidade do Solo.

1 comentário em “A dinâmica da água no solo e suas implicações na irrigação.

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